O mundo treme, o custo sobe… e você ainda não monitora seus insumos? IOF, inflação, preços nas alturas? Descubra o que os negócios saudáveis fazem toda semana para não afundar no caos.

Nos últimos meses, o mercado de alimentação tem sido abalado por discussões sobre novos impostos, taxações internacionais e o inevitável aumento nos preços. Essa onda de incertezas financeiras tem gerado, sim, desânimo entre muitos donos de negócios e a falta de previsibilidade virou parte da rotina. Está difícil até mesmo lembrar de um tempo em que havia tranquilidade no planejamento, não é?

George Santayana, filósofo e pensador, é conhecido por uma frase que nunca foi tão atual: “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo.”

E o Brasil já enfrentou inúmeras crises. Se há uma vantagem nisso, é que podemos, e devemos, olhar para trás e aprender com o que já foi testado e funcionou. Mas isso não significa repetir tudo como sempre foi feito. Significa fazer melhor o que já fazemos e buscar melhoria contínua com inteligência. A crise mais recente, a pandemia de COVID-19 em 2020, impôs ao setor de alimentação um dos maiores desafios da história moderna. As empresas que conseguiram pivotar rapidamente para vendas online, entregas sem contato e adequações sanitárias foram as que conseguiram manter algum nível de faturamento. Mas nenhuma reação rápida acontece por acaso. Para agir com velocidade, é preciso ter a gestão funcionando de verdade: CMV sob controle, estoque organizado e monitorado semanalmente, processos padronizados, equipe alinhada, etc. A crise de COVID-19 em 2020 deixou claro: negligenciar a gestão custa caro.

Como você quer manter o lucro se não controla os insumos?

Todo custo, preço de venda, ficha técnica e margem começa nos insumos. Se você ainda não monitora o comportamento deles, está deixando dinheiro escorrer sem perceber. Por onde começar: uma rotina simples de monitoramento semanal. Para criar uma tabela realmente útil e funcional para o monitoramento dos preços dos seus insumos, você pode utilizar ferramentas simples e acessíveis, como o Excel ou o Google Sheets. Esses programas permitem organizar as informações de forma clara e prática, possibilitando análises semanais e mensais que fortalecem a sua tomada de decisão.

O primeiro passo é abrir uma nova planilha e criar uma estrutura padronizada. Isso significa usar a mesma nomenclatura que você já utiliza nas suas outras planilhas, como as de estoque ou ficha técnica. Essa uniformidade entre os documentos facilita muito a análise de dados no futuro, além de evitar confusões.

Na primeira linha da sua planilha, preencha os títulos das colunas com os seguintes campos:

Data da cotação
Nome do ingrediente
Unidade de medida (como Kg, L, unidade)
Categoria do ingrediente (como laticínios, farináceos, hortifruti, entre outros)
Nome do fornecedor ou local de compra
Preço do insumo naquela semana
Observações relevantes (como promoções, mudanças de qualidade ou sazonalidade)

A cada semana, você deve abrir essa planilha e registrar os preços atualizados dos principais insumos utilizados no seu negócio. Sempre inclua a data exata da cotação para manter o histórico organizado. Essa rotina não precisa levar mais do que trinta minutos e pode ser realizada sempre no mesmo dia da semana. Ao final do mês, calcule a média dos preços registrados para cada insumo. Essa média mensal servirá como base para verificar se os custos cadastrados nas suas fichas técnicas ainda estão atualizados. Caso haja divergência significativa, é sinal de que o custo da receita pode ter mudado e, com isso, a sua margem de lucro também.

Esse processo simples, quando realizado com consistência, te entrega dados concretos para tomar decisões como reajustar preços, renegociar com fornecedores, substituir ingredientes ou até reformular produtos.

Como utilizar os dados da planilha?

Essa prática semanal te ajuda a parar de “achar” e começar a “saber”. Abaixo, 10 perguntas que você pode responder com sua planilha:

Quais ingredientes mais subiram nas últimas semanas?
Qual categoria está pressionando mais meu custo?
Algum fornecedor está entregando preços acima da média?
Estou atualizando minha ficha técnica com base real?
Meu preço de venda ainda garante margem?
Preciso ajustar o cardápio ou comunicar reajuste?
Existe substituição viável com menor custo?
Estou aproveitando promoções e sazonalidade?
Consigo negociar melhor com volume?
Meus produtos são sensíveis à variação de preço?

Responda às perguntas com os dados da sua planilha e busque soluções que façam sentido para o seu negócio.

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